sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Ruína de João

João não sabia mais o que fazer. Eram tantas dívidas acumuladas, de uma vida desregrada, onde o importante é a curtição, sem se importar com as consequências. No entanto, o dinheiro também era pouco.
Cobradores na porta de João eram uma constante. Avisos de corte de água e de luz já haviam chegado. O que se poderia fazer? Desempregado e sem nenhuma esperança de conseguir tanto dinheiro para pagar o que devia, João optou por sua única opção: afogar as mágoas com a velha e conhecida "cachaça" (que também era fiada, pois o dinheiro, como havia dito, lhe faltava).
O tempo foi passando e João se arruinava cada dia mais. A luz e água da sua casa já haviam cortado, mas desses João não sentia falta. Há muito não tomava mais banho e nas noites, bebia tanto que, quase sempre, não conseguia chegar em casa; então, por isso, dormia nas ruas, até onde seu corpo desequilibrado conseguia chegar.
O dono do bar, quando percebeu que João não tinha dinheiro para pagar as bebidas que havia consumido, negou-se a continuar lhe vendendo e exigiu o pagamento o mais rápido possível. Todavia, já era tarde.
João já estava consumido pelo vício e estava disposto à tudo para satisfazer sua vontade doentia. Começou vendendo os seus pertences que possuíam algum valor como relógios, cordões, anéis. Depois foram os calçados, as roupas, a mobília. João perdeu tudo. E apenas para saciar o seu vício.
Como João morava só, não havia ninguém que tomasse partido por sua causa e seus vizinhos preferiram ignorar a situação de João, pois diziam terem medo de seu comportamento violento após suas noitadas de alcoolismo. Amigos, sumiram todos. Parentes, se afastaram por mágoas guardadas, mágoas que eram fruto da vida em que João só queria curtir.
Um dia, depois de outra noite de bebedeira, voltando de outro bar (onde havia conseguido convencer o dono a vendê-lo na nota), João, que não aguentou caminhar muito, pois o corpo não se mantinha mais de pé, sentou-se num banco de uma praça para chorar sua desgraça. Parou para tentar se lambrar de quando foi que começou a afundar tanto.
"Quando foi que me perdi?" pensava amargamente.
Uma solidão cortante atingiu o coração de João. Um sentimento de desprezo por si mesmo o invadiu. E nesse momento, João, perdido e sem nenhuma orientação, tomou mais uma decisão.
No dia seguinte, João que era só, ignorado por todos, atraiu todos os olhares quando saiu na manchete do jornal local intitulado de: "O Bêbado Suicida".


Efésios 5:15-18


Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,

Remindo o tempo; porquanto os dias são maus.

Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.

E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;

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